0 2 Os Gonçalves Valim e os Pereira do Lago – Família de Antônio Valim de Melo de Franca-SP e de Uberaba-MG – Os Gonçalves Valim, de Minas Gerais, sua origem açoriana na Ilha do Pico – Inventário dos bens que ficaram de Margarida Francisca do Evangelho, esposa de João Gonçalves Valim, patriarca dos Valim em Minas Gerais – Açorianos no Brasil – Nosso berço em São Bento do Abade-MG

HISTÓRIA DE PORTUGUESES NO BRASIL

HISTÓRIA DE PORTUGUESES DO BRASIL

Estes sites:

http://www.capitaodomingos.wordpress.com

http://www.uberabagenealogia.wordpress.com

são dedicados à memória da Família Silva e Oliveira, família dos fundadores de Uberaba-MG, e povoadora do Triângulo Mineiro, no Brasil, e

que é a família do Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, FHC,

e às famílias que se ligaram aos SILVA E OLIVEIRA, como aqui o caso dos GONÇALVES VALIM, açorianos no Brasil.

Antônio Valim de Melo, (Franca-SP 1854 – Uberaba-MG 1933), e, Maximina Augusta de Melo, (Franca-SP 1858 – Uberaba-MG 1942), são os pais de:
– Eulina Augusta de Melo, c/c José Joaquim de Lima BISNETO DO CAPITÃO DOMINGOS DA SILVA E OLIVEIRA
– Idalina de Melo Lima c/c Manuel Gonçalves de Resende
– José Valim de Melo c/c Maria Delfina de Assis (Gonçalves de Resende) Valim
– Maria Augusta de Melo Borges (Filhinha) c/c Joaquim Borges de Moraes
– Osório Augusto de Melo c/c sua prima Eugênia de Melo Nogueira, e, em segundas núpcias, c/c Ester Soares de Azevedo.

José Joaquim de Lima é bisneto do CAPITÃO DOMINGOS DA SILVA E OLIVEIRA, portanto aqui é o entrelaçamento dos SILVA E OLIVEIRA COM OS VALIM DE MELO.

Filhos de José Joaquim de Lima e Eulina Augusta de Melo Lima.
A Eulina é FILHA DE MAXIMINA AUGUSTA DE MELO E ANTONIO VALIM DE MELO:

JOAQUIM DE LIMA c/c Maria de Oliveira Lima
ESMERALDA DE MELO LIMA c/c AMINTHAS EUDORO DE CASTRO (conhecido como Dóro) TAMBÉM TRINETO DO CAPITÃO DOMINGOS DA SILVA E OLIVEIRA
ENOCH DE LIMA c/c Salvina Pontes Lima
ADALBERTO DE LIMA c/c Eudóxia Pinto Lima
ANTONIO DE LIMA (Totó) c/c Eunira Cortes Lima
Olavo de Lima c/c Cleonice de Castro, irmã do Dóro
Mário de Lima c/c Júlia de Jesus Lima
José de Lima c/c Dilma Abreu Lima
Maria de Lourdes Melo Coli c/c José Coli
Helenita Lima de Genari c/c Roberto Genari
Nair de Lima c/c José Pereira de Souza
Elza de Lima, solteira

Filhos do Dóro casado com Esmeralda:

José Antônio de Castro, Tereza de Castro Figueiredo, Tonéco, Gêmeas, Luciana de Castro Silveira, Suzana de Castro Ferreira, e, Roberto Carrilho de Castro (Betão).

João Gonçalves Valim c/c Margarida Francisca do Evangelho, são os pais de:

Tereza Custódia de Jesus  c/c Jerônimo Pereira do Lago, que é mãe de:

Mariana Inocência do Lago c/c Silvério de Souza Melo, que é mãe de:

Tereza Umbelina de Melo c/c Joaquim Gonçalves Valim, que é a mãe de:

Antônio Valim de Melo c/c Maximina Augusta de Melo, ver eles acima, e na imagem abaixo.

Clic para ampliar a árvore genealógica da Maximina:

Para saber mais de nossa genealogia, pesquise João Gonçalves Valim c/c Margarida Francisca do Evangelho, em:

http://www.familysearch.org

http://www.myheritage.com.br

Eu encontrei incoerências nas pesquisas, abaixo, de Marta Amato.

Tenho dúvida agora sobre os antepassados da Margarida Francisca do Evangelho.

Dúvidas na idade no falecimento do Matias do Evangelho, e, de sua mulher não batem com data de batismo, nem é garantido que Maria Evangelho e Maria de São José sejam as mesmas.

Vamos verificar em:

http://www.familysearch.org

e, em:

http://www.myheritage.com.br

Documento encomendado pelo Projeto Compartilhar QUE ESTÁ NA INTERNET.

Transcrição: Edriana Aparecida Nolasco.

Tipo de documento – Inventário

Ano – 1801 Caixa -372

Inventariada – Margarida Francisca do Evangelho

Inventariante – João Gonçalves Valim (II)

Local – São João del Rei

Fl. 01

Inventário dos bens que ficaram por falecimento de dona Margarida Francisca do Evangelho de que é Inventariante seu marido João Gonçalves Valim.

Data – 19 de setembro de 1801.

NOSSO BERÇO:

Local – Sítio chamado Parapetinga. Aplicação da Capela de São Bento do Campo Belo. Freguesia de Santa Ana das Lavras do Funil do Termo da Vila de São João del Rei. Comarca do Rio das Mortes em casa de morada de João Gonçalves Valim. É A ATUAL SÃO BENTO DO ABADE-MG. Terra do terrível Januário Garcia Leal, o 7 orelhas. Foco e raiz dos Gonçalves Valim de Minas Gerais, no Brasil.

Fl.01v.

Declaração

(…) logo pelo mesmo Inventariante foi declarado que a Inventariada sua mulher faleceu no dia treze do mês de junho do corrente ano de mil oitocentos e um, sem testamento (…) .

Fl.02

Filhos:

01 – Ignácia, casada com Diogo Garcia Lopes;

02 – Francisca, casada com João Carlos da Silva Lopes;

03 – Teresa, casada com Jerônimo Pereira do Lago; NOSSOS AVÓS

04 – Maria, casada com Matheus Ferreira Martins;

05 – João, solteiro, de idade de trinta anos pouco mais ou menos;

06 – Manoel Gonçalves Valim, de idade de vinte e oito anos, pouco mais ou menos, solteiro;

07 – Mariana, casada com João Antônio da Fonseca;

08 – Antônia, solteira, de idade de vinte e seis anos pouco mais ou menos;

09 – Joaquim Gonçalves Valim, de idade de vinte e quatro anos e alguns meses;

10 – Ana, que é falecida, e que foi casada com José Antonio da Fonseca;

Netos:

filhos da herdeira falecida Ana:

01 – João, de idade de dez anos;

02 – Joaquim, de idade de nove anos;

03 – Mariana, de idade de doze anos;

04 – Emerenciana, de idade de seis anos;

05 – José, de idade de oito anos;

06 – Teresa, de idade de quatro anos.

Fl.02v

Bens:

– 01 Alambique novo que se acha assentado no Engenho; uma taicha grande; uma escumadeira; 01 taicha pequena; 01 tacho grande; 12 foices; 10 foicinhas; 07 machados; 02 cavadeiras; 14 enxadas; 21 formas de açucar; 01 gamela grande.

Animais:

01 cavalo; 01 potro; 01 Égua; 23 bois de carro; 08 bois de carro; 207 vacas; 09 bestas que compõe uma tropa.

Escravos: 13

Fl.04v

Bens de Raiz:

-Esta fazenda chamada Parapetinga que se compõe de campos de criar, matos virgens, capoeiras e que parte de uma banda com o alferes Manoel Francisco Terra, João da Costa Silva e da outra com Francisco José de Mello; e por outra com Manoel Martins, e por outra com dona Mariana, viúva de Antonio Rabello 2:800$000

– As casas de vivenda desta mesma fazenda, cobertas de telha, assoalhada, paiol, também coberto de telha, cozinha e seu monjolo coberto de capim com seu quintal e mais ranchos senzalas e todos os mais pertences 400$000

– Uma parte que tem ele Inventariante em uma casa de engenho de cana sita nesta mesma fazenda com os seus pertences em que é sócio com (parte danificada) da Silva 43$550

 Produção:

Um quartel de cana plantada com parte dele em tempo de corte.

Fl.05

Dívida Ativa:

João Carlos da Silva 176$702

MONTE MOR – 6:367$202

Líquido – 4:370$448

Meação – 2:185$224

para cada herdeiro 273$852 e dois quintos.

Fl.22

Procuração

Procuradores nomeados:

– Francisco de Borja da Costa Libório;

– alferes Bento José de Faria e Souza e

– Bento Leite de Faria.

Data – 25 de maio de 1802.

Local – Parapetinga

Que faz os herdeiros da Inventariada:

– Matheus Ferreira Martins

– José Antônio da Fonseca

– Diogo Garcia Lopes

– Manoel Gonçalves Valim

– João Antônio da Fonseca

– Joaquim Gonçalves Valim

– João Carlos da Silva Lopes

– Joaquim Carlos da Silva

– Jerônimo Pereira do Lago.

 Projeto Partilha – Leonor Rizzi

Próxima matéria: O Reverendo Joaquim Leonel de Paiva e Silva

Artigo Anterior: O testamento de Maria da Silva Pereira – 2ª parte

1. João Gonçalves Vallim casou-se com Margarida Francisca do Evangelho, e quando ficou viúvo dela, casou-se, em segundas núpcias com uma ex-escrava.

2. Entre os herdeiros de Margarida Francisca do Evangelho, Manoel Gonçalves Valim, aparece como morador em Três Corações-MG, segundo o Censo realizado em 1831. Pode ser homônimo.

Seu nome aparece também no Inventário de dona Ana Teresa de Jesus, casada com Miguel José de Andrade. O inventário ocorreu no ano de 1841 e o inventariante foi seu filho Joaquim José de Andrade.

O testamento foi escrito pelo Pe. Ernesto Antonio de Souza e foram os seguintes, seus testamenteiros: João Batista da Fonseca; Felisberto de Souza Furtado; e Rafael José de Andrade.

3 Respostas to “0 2 Os Gonçalves Valim e os Pereira do Lago – Família de Antônio Valim de Melo de Franca-SP e de Uberaba-MG – Os Gonçalves Valim, de Minas Gerais, sua origem açoriana na Ilha do Pico – Inventário dos bens que ficaram de Margarida Francisca do Evangelho, esposa de João Gonçalves Valim, patriarca dos Valim em Minas Gerais – Açorianos no Brasil – Nosso berço em São Bento do Abade-MG”

  1. Avatar de Josué de Oliveira Valim Josué de Oliveira Valim Says:

    Bom dia! Fixar que JOAQUIM GONÇALVES VALLIM é filho de João Gonçalves Vallim c.c. Margarida Francisca do Evangelho. É muito bom saber da sucessão;
    dos descendentes. Gostaria de saber maiores informações desse Joaquim Gonçalves Vallim. Quem foi ele; onde nasceu e morreu; em quais datas. Quais os seus filhos; a sua descendência. Cordialmente. Josué Valim.

    • Avatar de GENEALOGIA, Familias, SILVA OLIVEIRA, Faleiros, Leme, UBERABA-MG, FRANCA-SP, MADRINHA DA SERRA, Três Ilhoas capitaodomingos Says:

      Há muitos homonimos na familia.
      Sobre os descendentes do Valim de Franca-SP. temos parte deles no livro do Osorio Rocha sobre os Faleiros.
      PArte deles está em um livro sobre valins de Uberaba-MG
      Em Uberaba se reune em agosto uns 700 valins.
      Não achei até hoje um documento que de certeza absoluta que joaquim gonçalves valim, de franca-sp, seja o joaquim, filho de DIOGO GARCIA LOPES.
      Mas a familia de Tereza Umbelina de Melo está resolvida. Salvo a parte da antepassada dela Leonor Rodrigues Cid, por ter duas com mesmo nome.

  2. Avatar de GENEALOGIA, Familias, SILVA OLIVEIRA, Faleiros, Leme, UBERABA-MG, FRANCA-SP, MADRINHA DA SERRA, Três Ilhoas GENEALOGIA, Familias, SILVA OLIVEIRA, Faleiros, Leme, UBERABA-MG, FRANCA-SP, MADRINHA DA SERRA, Três Ilhoas Says:

    História

    EVOLUÇÃO HISTÓRICA
    Dados Políticos do Município de São Bento Abade

    • Nome anterior: Oratório de Campo Belo do Deserto Dourado
    • Fundador: Padre José Bento Ferreira de Toledo
    • Fundação: Data: 1752.
    • Criação: Dispositivo Legal: Decreto Lei nº 148.
      Data: 17 de dezembro de 1938.
    • Emancipação:
    • Dispositivo Legal: Decreto Lei nº 2.764.
    • Data: 30 de dezembro de 1962.
    • Comemoração:
    • Dispositivos Legais: Lei Orgânica Municipal (Parágrafo único do artigo 5º) e Lei Municipal nº 987/2009.
    • Data: 1º de março.
    • Motivo: O Decreto Lei nº 2.764 é de 30/12/1962, e a Instalação do Município de São Bento Abade se deu em 1º de março de 1963, por isso a comemoração da emancipação no dia 1º de março de cada ano. Clique no link para visualizar a ata de instalação: http://tinyurl.com/66n79e3
      Fonte: Câmara Municipal de São Bento Abade

    RESUMO HISTÓRICO

    No dia 21 de julho de 1674, saía de São Paulo a expedição do bandeirante1 Fernão Dias Paes Leme, denominada, aura sacra fames, a sagrada fome do ouro, esta de maior envergadura até então conhecida. Fernão Dias tinha como meta dois objetivos: encontrar esmeraldas e consequentemente ocupar o território por ele percorrido. Ficou conhecido como um dos maiores bandeirantes da história da expansão geográfica brasileira, ficando atrás somente de Antônio Raposo Tavares, que no ano de 1633 iniciou a grande invasão da região sul do país. (NOGUEIRA, 1999). Fernão Dias Paes que entre os anos de 1675 e 1678, teria liderado uma expedição e permanecido por algum tempo na Fazenda de Boa Vista, na região que posteriormente ficou conhecida como Deserto Dourado e Deserto Desnudo, tendo aí deixado alguns moradores.

    A rota usada pelo bandeirante Fernão Dias Paes no ano de 1675 foi a mesma que a representação da Coroa Real Portuguesa usou para pisar pela primeira vez no solo de Minas Gerais em 1698, através do governador Arthur Sá e Menezes. Na comitiva que se formou para acompanhá-lo vieram alguns jesuítas que passaram carta a seus irmãos da Companhia de Jesus, principalmente ao Colégio da Bahia, enviando notícias de como a viagem havia transcorrido e o caminho que fizeram em direção às minas gerais.

    Desde 1681, encontrava-se na Bahia um sacerdote da Companhia de Jesus, nascido em Luca, na Itália que assinava Johanes Antonius Andreonius. Veio a convite do septuagenário Padre Antônio Vieira, ascendendo-se rapidamente na hierarquia da ordem jesuítica, até o posto máximo de Reitor do Real Colégio da Bahia, como provincial. Foi o sucessor do Padre Antônio Vieira em 1697, ano em que Vieira faleceu. O padre italiano, sucessor de Antônio Vieira, era o jesuíta Antonil que como secretário do Padre Alexandre de Gusmão para os assuntos jurídicos recebia as cartas enviadas pelos companheiros que acompanharam o governador às minas. Diante das informações dos seus irmãos da Companhia de Jesus, descreveu a viagem do governador Arthur Sá e Menezes em 1698, deixando ao descoberto as riquezas existentes naquelas paragens e sob o pseudônimo de Antonil, detalhou sem medir as consequências o caminho para atingir o tesouro no que redundou na queima imediata quase total dos volumes publicados.

    O caminho para as minas discorrido por ele, dizia que depois de Baependi, atingia o Rio Grande, em seguida o Rio das Mortes Pequeno para alcançar a Vila de São João Del-Rei.

    Quase nada se encontra escrito a respeito dos núcleos que existiram entre o Rio Baependi e o Rio Grande, na época da descoberta das minas de ouro. Sendo que as terras entre Baependi e Rio Grande, eram que vinham sendo palmilhadas com estabelecimento de feitorias, as ditas roças que davam sustentabilidade às bandeiras que cruzavam aquele sertão paulista, pois a Capitania de São Paulo e do Rio de Janeiro se estendia até o Rio Grande, a ele pertencendo toda a bacia da margem esquerda do rio.

    Em março de 1717, Dom Pedro de Almeida, o futuro Conde Assumar veio para as minas e na sua comitiva se encontrava Francisco Tavares de Brito, que foi encarregado pelo secretário da Coroa Portuguesa, o Padre Alexandre de Gusmão, de relacionar todas as roças de abastecimento que encontrasse.
    Esta descrição, conhecida como Itinerário de Francisco Tavares de Brito, tornou-se um dos documentos mais importantes, pois ela apontou núcleos de mineração, pousos e roças que deram origem às atuais cidades que hoje se apresentam no “Caminho Velho3” da Estrada Real. Os núcleos entre Baependi e o Rio Grande, estavam se formando quando foi feita a descrição do “Itinerário de Francisco Tavares de Brito”. Foram estes mesmos núcleos que deram origem às cidades de São Bento Abade, lembrando o eremita Padre Bento Ferreira Vila Nova, o protagonista do segundo atalho que se deu para o Caminho Velho.

    1 – A Coroa portuguesa fomentava e incentivava o espírito de aventura, onde, organizava grandes expedições de caráter oficial sob sua própria assistência e oferecia aos aventureiros pioneiros altas honrarias, mercês, além de conceder terrenos e certa quantidade de ouro e pedras preciosas aos desbravadores.

    2 – A obra do jesuíta Antonil referenciada é “Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e por suas minas”, publicada no ano de 1711. 3 – Tinha por objetivo ligar a Capitania de São Paulo às Minas, ligando o território mineiro ao mar. Era também conhecido como Caminho de São Paulo, saía do porto de Santos e de Parati para chegar a Vila Rica e Sabará, passando antes por São João Del Rei. A viagem durava em média 60 dias, pois o seu percurso era muito extenso e acidentado. (CHAVES, 1999, 85).
    No itinerário descrito por Tavares de Brito, o caminho bandeirante que se dirigia para as cabeceiras do Rio Ingaí apontou uma roça de nome Angay, uma das primeiras a suprir os que ali chegavam à procura de alimentos.

    O nome angay, que significa águas do diabo ou endemoniadas, já indicava a natureza do rio, onde naquele trecho se enfurece apertado entre as serras da Bela Cruz e do Inferno, ao Sul do município de Luminárias (Carta do Brasil – Luminárias, Folha SF 23x-CIV-1-IBGE, 1975). Como descreve Pontes, “[…] o Rio Angai tem um curso muito desordenado e apresenta o medonho caldeirão conhecido com o nome de Cachoeira do Inferno ao transpor a Serra das Luminárias e a entrada da Cachoeira do Funil, verdadeiro sorvedouro, ao passar pela Serra do Campestre”. (PONTES,1970,113).

    Nas proximidades da roça Angay, proveniente da força das águas nas ribanceiras, desenvolveu-se uma mineração de aluvião extensa, de onde toneladas de pedregulhos e seixos rolados ali se encontram atravessando os séculos.

    O Caminho Velho seguia margeando o Ribeirão Manuel da Costa Gouvêa, denominação esta do Rio do Cervo em 1717. Nesta proximidade o religioso Frei Antônio Pacheco obteve em 1711 a sesmaria que vendeu ao português Manoel da Costa Gouvêa, passando a ser conhecida como a Paragem do Ribeirão

    Boa Vista, primeiro núcleo de origem da cidade de Carmo da Cachoeira (APM, SC-09:249).

    Para compreender a história da formação do município de São Bento Abade, é preciso entender as histórias das regiões circunvizinhas, pois os núcleos formados se interdependiam. Sendo que a rota dos bandeirantes, descrita por Antonil, sofreu uma grande alternação se comparada ao Itinerário de Francisco Tavares de Brito, que mencionou as diversas roças por onde passou o Conde de Assumar, em 1717.

    Ao minerarem os ribeirões do Rio do Cervo, principalmente no Palmital do Cervo onde se originou a Paragem do Cervo e do Bom Caldo, os bandeirantes se dirigiram para o côncavo entre as serras da Bocaina e do Campestre onde se estabeleceu o Guarda-mor Diogo Bueno da Fonseca, cuja sesmaria denominou de Cachoeirinha, primeiro núcleo que deu origem à cidade de Itumirim. Daí seguiu em direção à barra do Rio das Mortes Pequeno, atravessando primeiro a passagem do Rio Grande, a que se chamou de Porto Macaia.

    Por este tempo, por volta de 1735, surgiu na freguesia a figura de um padre de grande vulto e que se tornou vigário encomendado de Carrancas. Tratava-se do padre português, Bento Ferreira Vila Nova, natural da Freguesia de Santa Marinha da Vila Nova, bispado do Porto, filho do Capitão Manuel Nogueira e de Margarida Ferreira, irmão do Coronel José Ferreira Vila Nova. (A Voz Diocesana de 31.01.1756 In: LEFORT, 1972:57).

    O Padre Bento Ferreira é considerado pela historiografia como o primeiro a habitar as terras da região, sendo o construtor da primeira ermida sob a invocação de São Bento onde administrava os sacramentos, em meados do século XVIII, na sede de sua fazenda, denominada Campo Formoso e Campo Belo. Foi o primeiro marco de fé da localidade. Na época de sua construção esta área teria pertencido à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas.

    A importância do Padre Bento, no contexto do povoamento da área é bastante expressiva, com provisão de Altar Portátil, ministrava o sacramento a pessoas de várias localidades, pois percorria grandes extensões de terra.

    Os padres que recebiam a provisão de altar portátil, geralmente eram padres que acompanhavam os bandeirantes em suas conquistas e os capelães assim oficiavam estes descobertos como parte de um determinado bispado. O altar portátil era conduzido pelo padre que viajava por lugares muito afastados, onde era difícil para o cristão ir à procura de sacramentos. Tratava-se de uma caixa, que se transformava em altar, assim como todos os objetos para a missa, conduzida por um cavalo, dirigido por um pajem que ajudava nas missas, e em outro animal, o padre e sua pequena bagagem. Segundo Monsenhor Lefort, um dos maiores historiadores do Sul de Minas, o Padre Bento Ferreira foi um grande desbravador de terras, sendo o responsável por várias descobertas de outros caminhos em busca de ouro, abrindo a Campanha do Rio Verde, um caminho sem morros nem alagadiços, e mais curto que o conhecido Caminho Velho (LEFORT, 1972).

    Senhor de muitos escravos, requereu em troca dos serviços prestados, em 1752, ao Governador da Capitania das Minas Gerais, José Antônio Gomes Freire, uma sesmaria denominada Deserto Dourado. Desta sesmaria posteriormente surgiram os núcleos que deram origem às cidades de São Bento Abade, Luminárias e Carmo da Cachoeira.

    Muito antes de 1752, o Padre Bento se encontrava no exercício da sua ação caritativa, pois no auto de medição e demarcação da sesmaria de seu irmão, Coronel José Ferreira Vila Nova, na Fazenda Serra Branca, em 2.10.1751, o escrivão diz que o mesmo estava sendo feito […] no sítio do Deserto Dourado junto ao Rio Engahi e moradas do reverendo padre Bento Ferreira, freguesia das Carrancas da Vila de São João Del – Rei, Comarca do Rio das Mortes, donde estava pousado o doutor Gaspar da Rocha Pereira, Intendente da Fazenda Real”. (MRSJDR-Cx. 13:14). Quando o Padre Bento Ferreira requereu, na mesma data, em 1752, o registro de suas terras em carta de sesmaria, ele citou que nelas havia uma passagem, que liberava de graça por canoa aqueles que quisessem atravessar o Rio Ingaí, utilizando-se do caminho que ele fizera a dispensas de ninguém, sozinho e que encurtava muito a estrada do Caminho Velho.

    O padre, portanto, construiu uma vereda, expressão que se dava àquele que não era ainda do conhecimento da Coroa Portuguesa. Tornou-se o trajeto comum dos viandantes, principalmente de Campanha a São João Del-Rei. Depois de passar o Rio do Peixe, perto de Três Corações, seguia-se para Oeste, passando por Branquinho na Boa Vista (Carmo da Cachoeira) em direção à sua Fazenda Campo Formoso de onde se partia para o Ribeirão das Luminárias, alcançando a direção para São João Del-Rei, através da cava ou caveira da Venda Nova, do outro lado da Serra da Fortaleza.

    O caminho a que ele se referiu sem morros nem alagadiços, era o que antes de chegar à Fazenda Serra Branca pertenceu a seu irmão e deu origem à Fazenda Pirapetinga de João Marques Padilha, por onde passou Spix e Von Martius. O alagadiço se encontrava ao passar pelo Branquinho, Joaquim José Gomes Branquinho, proprietário da Fazenda da Boa Vista, hoje Carmo da Cachoeira.

    O Pe. Bento Ferreira faleceu em Jaguará, termo da Vila de São José, na Comarca do Rio das Mortes no ano de 1784 deixando um enorme latifúndio em testamento, sendo a metade de seus bens como patrimônio da Capela, como descreve em seu inventário post-mortem iniciado na Vila de São João Del- Rei tendo como inventariante o Capitão Antônio José Ferreira. Declarou o inventariante que o Padre Bento Ferreira faleceu com seu solene testamento no Jaguará, termo da Vila de São José, desta Comarca do Rio das Mortes. Com relação aos bens e dívida ativa, devia “[…] o inventariante Capitão Antônio José Ferreira, ao testador Padre Bento Ferreira, por uma escritura de compra da Fazenda do testador chamado o Campo Belo, com todos os seus pertences e os mais bens que da mesma constara, cuja compra, fez em vida ao Padre testado por 3:200$000”. (MRegional.SJDR-1784Cx).

    O Padre Bento Ferreira foi sepultado na própria Igreja-sede, conforme os costumes da época. Alguns anos depois, a capela de Ermida passou a ser denominada Capela de São Bento.

    As primeiras notícias acerca das terras em que hoje situa o município de São Bento Abade datam de 1752, com a sesmaria denominada Deserto Dourado, concedida ao Padre José Bento Ferreira de Toledo nesse mesmo ano. Teria ele sido o primeiro homem civilizado a habitar a região e uma capela por ele construída em sua fazenda, denominada Campo Formoso e Campo Belo, como era conhecida, foi o primeiro marco de fé da localidade. Esta área teria pertencido à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, àquela época.

    O Sacerdote ali se fixou para a catequização de índios e exploração agropastoril de sesmaria que lhe foi concedida. Em meados do século XVIII construiu a capela de São Bento, dotando-a de um patrimônio. Em 1752 é instalada a sede da Fazenda São Bento do Campo Belo, onde hoje se localiza o município de São Bento Abade.

    Na época da ocupação feita pelo Pe. Bento Ferreira naquelas terras, várias famílias se fixaram ali, atraídas na época pela mineração do Ouro e pela fertilidade das terras propícias à agricultura e pecuária, atividades que até hoje predominam na economia do município. A história conta que em 1794, foi construída a primeira casa do povoado pelo Sr. Manoel Francisco Ferreira. Em seguida instalou-se no povoado o Capitão Manoel Álvares, seguido de outras famílias, aumentando consequentemente o núcleo populacional. Não se tem informações precisas sobre a data de fundação da 1ª Capela, mas segundo o livro do tombo da Igreja Matriz São Bento Abade de (1925–1995), esta data é aproximadamente em torno do ano de 1700.

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